Num dos fins de semana passados, juntamo-nos a um grupo de amigos, com o pretexto de dar um passeio de Todo-o-Terreno e tirar (ou pôr?!) a poeira do 4x4. O passeio acabou à mesa de um daqueles restaurantes perdidos no meio do nada, mas que vale a pena fazer km's para lá comer, a Casa do Pedro.
Algumas das paisagens incríveis que vimos...
No final do longo mas aprazível passeio por terras de Bastos e de Barroso aonde a natureza nos continua a surpreender com paisagens de tirar o folego , lá encontramos a Casa do Pedro, em Vilarinho Seco.
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Finalmente a chegada a Vilarinho Seco! |
Quando aqui se chega, começa-se logo por admirar esta pequena aldeia, perdida no topo das serras, com o casario em pedra, também ele testemunho de tempos passados.
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O largo da aldeia, onde não podia faltar o tanque com água fresca a correr. |
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A capela da aldeia, no centro do largo. |
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A entrada da casa do Pedro (lado esquerdo) e da Adega Palheiro (em frente) onde se toma o cafe/digestivo. |
Ao contrário do que seria de esperar, isto não faz de Vilarinho Seco uma aldeia isolada do resto do mundo. A Casa do Pedro é destino de muitos apreciadores de boa comida, mesmo que venham de terras longínquas, o que acaba por trazer vida à aldeia.
E o que leva as pessoas a fazerem uma viagem tão longa?? O cozido à portuguesa do Pedro!
Apesar do sustento da maior parte dos habitantes desta aldeia ser a produção de carne barrosã (cada casa mantém uma "côrte" ou "loja" no rés-do-chão para guardar o seu gado), o cozido do Pedro é rico em carnes fumadas, com que juntamente é cozida a couve tronchuda. Tudo isto acompanhado de batata cozida e um arrozinho bem apetitoso.
A Casa do Pedro é uma casa típica da aldeia, em pedra, onde é possível encontrar verdadeiras relíquias espalhadas por todos os recantos!
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O agradável interior onde o nosso grupo almoçou. |
Mas antes do cozido há que amenizar a larica com umas entradas bem típicas, como a alheira, o chouriço, presunto, broa, etc. Para tudo escorregar melhor, há boa pinga da casa, mas também outros vinhos selecionados.

Saímos de lá a rebolar, mas uma refeição destas não termina sem um café e/ou um digestivo, mas para isso temos de atravessar a rua e ir tomá-lo a uma antiga cabana ao lado da casa principal, também muito castiça, chamada agora de Adega Regional o Palheiro.
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O interior da Adega. |
Para ajudar o organismo a começar o (longo) processo de digestão, não há nada melhor do que uma caminhada pela aldeia, que é muito fotogénica, para conhecer melhor também as suas gentes e seus hábitos.
Ao fim da tarde de um dia de Inverno é curioso observar o recolher do gado da aldeia, que anda disperso pelas serras ao longo do dia. Aqui ainda se cumprem antigos costumes, em cada dia ou semana calha a um diferente habitante da aldeia acompanhar o gado de todos à serra. No regresso, a manada vai-se desmembrando à medida que passa pela rua principal da aldeia, e cada animal dirige-se sozinho ao seu respetivo estábulo esperando pacientemente que o pastor lhes abra a porta.
Como tínhamos uma longa viagem pela frente, era tempo de nos fazermos à estrada, mas sem deixar de pensar "Até um dia destes, Pedro"!
Restaurante Casa do Pedro
Largo da Capela (CM 1035)
5460 Vilarinho Seco, Boticas
Tlf: 276 444 112
Nota: Só funciona por marcação!
P.S.: Obrigada Joaquim Alves pelas fotos, estás aprovado como meu repórter fotográfico! :)
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